O diretor-presidente da SC Par Porto de Imbituba, Luís Rogério Pupo Gonçalves, entrevistado pela redação do Jornal O Popular Catarinense, fez uma análise dos cinco primeiros meses de sua administração e projetou o futuro do porto, hoje administrado pelo governo Raimundo Colombo.
Em seu gabinete, na manhã desta quinta-feira (23), Luís Rogério, destacou o ineditismo e a competência do Estado em assumir a administração de uma empresa privada e em poucos meses apresentar resultados positivos. “Em se tornar público o Porto deixou de ser uma empresa que visa o lucro para ser um polo de desenvolvimento local e regional em um setor estratégico da economia”, observa o administrador.
Em dezembro último, o governo do Estado passou a administrar o Porto de Imbituba por meio da SC Participações e Parcerias – SC Par, após a assinatura do convênio, assinado na Secretaria Especial dos Portos, em Brasília, através de uma empresa criada para esse fim: a SC Participações Porto de Imbituba S.A. Na prática, o Governo do Estado, representado pela SC Par e seu administrador Luís Pupo Gonçalves, passou a ter o controle de um dos portos de maior potencial de crescimento e com uma das melhores condições naturais do país. Em poucos meses o porto apresentou resultados com relação à movimentação de cargas recordes, números que não eram alcançados há 25 anos. Ainda assim, o porto movimenta menos do que o seu potencial que é estimado em 5 milhões de toneladas de carga ou 300.000 contêineres.
Dragagem
Desde que assumiu a administração do porto, uma das maiores expectativas da SC Par gira em torno do início das obras de dragagem do Porto, uma obra necessária na estrutura portuária que aumenta a profundidade dos berços, da bacia de evolução e do canal de acesso, elevando a capacidade de movimentação de cargas do Porto de 5 para 10 milhões de toneladas, aproximadamente. Luís Rogério Pupo Gonçalves explica que a assinatura da ordem de serviço para o início das obras de dragagem teve que ser adiada por impedimentos jurídicos, uma ação movida pela segunda colocada na licitação protelou a sua assinatura. Sem esse impedimento, a assinatura da Ordem de Serviço deve acontecer brevemente. “Estamos indo à Brasília na próxima terça-feira, dia 28, para uma reunião com o ministro da Secretaria Especial dos Portos, Leônidas Cristino, e acreditamos que em um prazo de 15 dias a OS seja assinada”, espera o diretor. A previsão é de que a obra, uma vez iniciada, deva ser concluída em seis meses.
MP dos Portos
A recente aprovação da polêmica MP dos Portos na Câmara Federal e no Senado também fez parte da conversa com o diretor-presidente da SC Par. A conhecida MP dos Portos estabelece um novo marco regulatório para o sistema portuário brasileiro e agora aguarda a sanção presidencial. Luís Rogério disse que a medida, embora altere profundamente o sistema portuário brasileiro levará ainda algum tempo para se fazer presente na realidade do Porto de Imbituba. “Temos que aguardar que a medida seja sancionada pela presidente Dilma, antes de enfrentarmos a nova realidade”, finaliza. Outros assuntos, como a utilização da rodovia de acesso ao Porto e a utilização da ferrovia Tereza Cristina, ficaram para uma oportunidade futura.