O Portaló

PORTO DE IMBITUBA : do passado ao futuro



28/01/2012 09:12:16

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Ao chegar a Imbituba você percebe que é uma clássica cidade portuária, seja pelo número de caminhões, placas identificando o porto, uma praia batizada como Praia do Porto, uma arquitetura peculiar, assim como Santos e Paranaguá tem, e uma história que se confunde entre a cidade e o Porto.

Ao procurar a entrada da Companhia Docas de Imbituba vem a primeira surpresa: você dá de cara com uma praia linda, com a água mais escura do que o normal das praias do sul catarinense, a Praia da Vila. Ao chegar quase na areia, você tem de virar à esquerda e se identificar na portaria. Após a clássica apresentação, fotos e crachá, você entra por uma rua de acesso que vai costeando a praia, um lugar bem agradável de trabalhar, afinal, são poucos os que têm uma vista daquelas na frente do seu escritório.

A Emanuelle Querino, assessora de imprensa da Companhia Docas de Imbituba, estava me esperando para uma visita pelo Porto. Com a presença do nosso amigo, guia e motorista Jeremias, fomos conhecer a área.

Primeira parada: a parte nova com a ampliação dos berços 1 e 2, que foram concluídos em novembro de 2011. São 660 metros de distância com 50 metros de largura de cais. Também pude conferir de perto os dois portêineres, que foram comprados pela arrendatária do terminal de contêineres e carga geral, Santos Brasil, pelo valor de US$ 15 milhões. Por sinal, a Santos Brasil ganhou a licitação e serão 50 anos de arrendamento.

Recebi uma aula sobre os portêineres e aprendi que esses equipamentos têm capacidade de atender às maiores embarcações do mundo, os navios Ultra Large Containership (ULC) e operam simultaneamente dois contêineres de 20 pés ou um contêiner de 40 pés. Com capacidade do guindaste de 65 toneladas. Com 57 metros de lança, podem alcançar até a 21ª fileira nas grandes embarcações.

Depois fomos verificar as operações de embarque do óxido de ferro, sendo colocado num navio rumo à China no terminal de granéis, com uma movimentação intensa de caminhões-caçamba entrando e saindo do cais antigo.

Hoje quatro empresas privadas são arrendatárias dos cinco terminais: Fertisanta (fertilizantes), Votorantim (coque), Grupo Doux (congelados) e Santos Brasil (contêineres e carga geral). A Santos Brasil investiu cerca de R$280 milhões no Porto de Imbituba, com destaque para a ampliação do cais.

O Porto de Imbituba movimentou 2.311.731 toneladas, acumuladas no período compreendido entre janeiro e dezembro de 2011, perfazendo a média mensal de 192.644 toneladas.

Comparando com a movimentação do mesmo período em 2010, quando houve a operação de 1.911.104 toneladas, houve um incremento na movimentação de 20,96%.

É a melhor movimentação dos últimos 23 anos, superada apenas pela movimentação em 1988 (2.954.976 t).

Após a clássica foto de despedida, saí do Porto e fui dar uma olhada nas ondas da Praia da Vila. O mar estava pequeno, mas o dia muito bonito. Me sentei para tomar um refrigerante e encontrei um senhor, desses que gostam de contar uma boa história e meu faro jornalístico estava certo.

Seu Cleomar Rodrigues havia trabalhado na antiga Indústria Carboquímica Catarinense (ICC) e contou que era uma indústria estatal que foi responsável por quase acabar com a cidade de Imbituba. “Houve muita poluição gerada pela movimentação do carvão durante décadas e ainda as descargas de óxido de ferro e de dióxido de enxofre que gerava chuva ácida. Foram tempos de muito dinheiro, mas de muita dificuldade para quem morava aqui. A ICC fechou, o carvão acabou, o dinheiro sumiu, mas a cidade sobreviveu, e tenho fé no futuro do Porto. Mas a população ficou assustada, por isso não tolera mais nenhum tipo de problema ambiental. A cidade e o porto são como irmãos, brigam entre eles, mas na verdade é uma relação de amor”,  finaliza Cleomar, poetizando e filosofando sobre o passado e o futuro que espera essa nova fase de Imbituba.
FONTE: Leandro Almeida - NetMarinha