A Companhia Docas de Imbituba realizou, na manhã de terça-feira (22), uma visita com ex-funcionários, em comemoração ao aniversário de 89 anos da empresa. Durante toda a manhã eles puderam reencontrar amigos e compartilhar memórias de quem fez parte da história do porto de Imbituba. O passeio contemplou as antigas e novas instalações do Porto com o objetivo de mostrar a modernização da estrutura e projetos para o futuro próximo.
Jeziel Pamato de Souza, Administrador do porto, recepcionou o grupo no auditório do Conselho de Autoridade Portuária (CAP). “Estamos quase completando 90 anos de fundação e é uma alegria receber e lembrar quem foi importante neste caminho. Esta visita, é uma maneira singela de agradecer a estas pessoas que dedicaram grande parte de suas vidas a Companhia Docas de Imbituba”, afirma Jeziel. Para ele, alem de prestar uma homenagem, a visita é uma forma de divulgar a cidade e mostrar seu crescimento através dos anos.
Gilberto Barreto, consultor do porto de Imbituba, orientou a visita. Ele acredita que “estas visitas fazem um resgate da memória de pessoas, que contribuíram para que o porto se tornasse o que é hoje. Se houver demanda, à intenção é fazer uma visita mensal, incluindo não só ex-funcionários da Docas, mas também escolas e outras instituições, que, a partir de uma simples visita podem começar a se interessar por uma profissão na área portuária”, planeja.
Passado, presente e futuro...
A modernização chamou a atenção de Manoel dos Reis Perfeito, 87 anos, que sentiu falta dos guindastes movidos à vapor. Por coincidência, nesta terça completam 66 anos que ele começou a trabalhar no porto de Imbituba, onde foi manobreiro, guindasteiro e apropriador, desde 1945. Antes ainda, ajudou na construção do primeiro cais e até hoje guarda com carinho a marreta que usava na obra.
“Hoje, me lembrei de muitos dias alegres e outros tristes, mas principalmente os de alegria. Fiz muitas amizades com pessoas de bordo, desde carvoeiros aos comandantes de navio. É a terceira vez em 27 anos, desde que parei de trabalhar, que venho aqui. Sinto muita falta dos meus equipamentos, há pessoas que estão aqui há 25 anos, e não conhecem um guindaste a vapor”, comenta Manoel, que queria que o filho, Igor do Canto Perfeito, e o neto, Cassiano Lorenzoni Perfeito, conhecessem as máquinas.
Para Igor, a ação da Companhia Docas é importante pelo resgate que faz aos aposentados. “Uma empresa pode esquecer um funcionário, mas os funcionários nunca esquecem a empresa, para eles é muito gratificante rever o local e alguns amigos, esse momento é louvável. Para mim como filho, trazer meu pai e meu filho, para conhecer o lugar que avo passou a maior parte da vida é inesquecível”, revela Igor.
Um momento em que três gerações se encontram para reviver a história, em que o futuro já desponta. Cassiano, 8 anos, ficou impressionado com o tamanho do navio frigorífico que operava no momento da visita, e ao ser perguntado sobre o que ele queria ser quando crescesse, não hesitou em dizer “quero ser médico e trabalhar no porto”. Para o pai, ainda há muito tempo para escolher, mas ficaria feliz se o filho seguisse os passos do avô.
Lembranças de família
Sophia Leonia tem 75 anos e há 20 perdeu o marido que dedicou parte da vida ao porto de Imbituba. Adalberto Jorge era o encarregado geral das obras portuárias ainda na década de 70, e Sophia lembra com orgulho o tempo em que vinha ao porto acompanhar o marido. “Ele trabalhou até os 75 anos no Porto, isso aqui era a vida dele, era o que ele amava fazer” lembra Sophia.
Hoje, ao visitar o porto novamente ela sente uma felicidade muito grande, é como se soubesse que toda a expansão que Imbituba passa foi consequência de um passado que Adalberto ajudou a construir. “Estar aqui ajuda a relembrar várias coisas, foi através do porto que conheci muitas pessoas em Imbituba, além de saber que foi o trabalho do meu marido que auxiliou no sustento da minha família”, revela emocionada.
Vitor Brasil, filho de Sophia, acompanhou a mãe na visita. Para ele estar aqui é saudar o pai. “Até os 15 anos eu estava sempre junto com ele no porto, na época, não havia tantas restrições em relação à entrada, e por isso eu estava sempre aqui”. Há 22 anos que Vitor não visitava o porto e pelo olhar curioso foi fácil perceber sua admiração. “O porto, cresceu bastante. É impressionante estar em um lugar que foi tão importante para nossa família, e ver que ele continua com a mesma estrutura até hoje. Estar aqui é gratificante” conta Vitor.